nada haver

eu joguei, eu joguei a minha sorte pela janela
e ela, ela voltou janela adentro
e eu, e eu recusei de novo o seu pedido
o seu pedido, de me dar paz
mostre sua razão, e oculte seus pecados
foi isso o que ela me disse
e eu não entendi bem
de onde vinham aquelas palavras
e onde elas se encaixam
mais eu ainda era jovem o bastante
para poder ser burro
e assim passou
os meus dias
como se passam horas
como se contam minutos
e cá eu estou, pensei
frente a frente
com aquela que um dia eu mandei embora
e ela
ela se recusa
a me proporcionar os pedidos que eu não consegui realizar
e eu disse a ela
que havia me equivocado
que eu não havia pensado
e ela me disse
vamos la mocinha, a vida não passou tanto assim, ainda há tempo para você conseguir as coisas pelo modo mais difícil
mais quando se passa uns anos, você acha que se passaram umas décadas e desiste de tentar pelas suas maneiras dignas
que se dane tudo, eu apenas quero ter.
e foi ai que quem quis me abandonar foi a tal maldita sorte
eu não entendi, porque de tanto receio com uma simples pessoa
e depois, quando eu precisei mesmo ela me bateu a porta
e eu entendi, que há momentos para tudo
e desde então, ela não me abandona e também não me da tudo de mãos beijadas
ela me ajuda a ter confiança para poder eu mesma conseguir realizar os meus sonhos
e foi ai que ela se tornou minha amiga e não algo que eu aprisionaria se não tivesse aprendido como é bom se ter ser precisar se escorar
e isso vale não só para sorte, pode usar o nome que for.. vai aos mais diversos sentidos, sentimentos.. afins..