Ela tinha cabelos de papel, no seu mundo magico de papel, onde as janelas eram cobertas por lã, onde se encontrava pessoas de mentira que viviam sonhos de verdade, voar era possível, sorrir também. Todos eram iguais exceto por ela. Seus lindos cabelos dominavam o clarão da noite. Seus olhos iluminavam as manhãs e todos tinham prazer de vê-la sorrir. Tudo nela fazia os outros sorrir. Nada nela era menos especial que o especial dos outros. Ela era feita para isso, para ter seu sorriso a mostra sempre que desanimassem, ter seu olhos para iluminar os caminhos alheios, seus braços e pernas para ajudar corações partidos se houvessem lá, mais tamanha solidão que entristece aqueles que não possuem os corações que bombeiam o sangue daquele lugar.
Me contenta saber que a cada passo que ela dava perdia um dia de vida naquela dimensão, sofrer se tornava distante, se divertir não parecia mais irreal. Maquinando o impossível apenas por diversão.. parecer legal não lhe bastava mais.
Parou de fingir.
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