ride

Filha de pais batalhadores que me ensinaram o que é certo e o que é errado, e agora, como seguir por outro caminho?
Eu aposto com você como daqui uns dias tudo vai estar bem, mais te pergunto, como chegar lá?
Hoje estou com o rosto todo marcado, briguei comigo mesma ontem a noite..
Vomito em outras pessoas palavras que queria que você ouvisse.. Me sujo por dentro com tudo aquilo que queria jogar em você..
Vivo chorando e imaginando clipes que aconteceriam com as cenas que vejo passando pelos meus olhos no meu dia a dia..
Eu pego uns três onibus de uma vez, vou a lugares deprimentes e encontro pessoas felizes, mudo algo na vida delas, e volto para casa..
Essa é a graça de ser jovem.. querer transformar a vida em arte.. tão dificil...
Um lado negro me puxa para o lado legal.. O lado legal me puxa para o claro.. E agora?
Eu vejo cenas que se encaixariam em filmes passando pelos meus olhos.. ouço a música em minha mente, e porque não se transforma mesmo?
Quero sair daqui, quero ir embora, todos estão me chamando de louca mais eu estou tão lúcida agora...
Loucos são eles que não enxergam o que eu vejo.. e vão para lugares que eu não vou, mas não faz diferença se eu perder dessa vez..
Eu só quero que volte ao normal.. o anormal que talvez é..

embora eu esteja certa, prefiro dizer que estou errada..

Estou aqui, bem normal..
Minha graça, minha dor, minha paz.. nada de mais..
Perco tempo, perco as horas, perco o vento.. fico para trás.. tanto faz..
É normal perceber sua dor quando dói, as dos outros não me importa.. não me corta.. não me chuta e não me dói.
Sexta feira, meia noite, meia noite e meia, uma hora..
Tantas almas em um multidão, e são tantos lugares.. de norte ao sul, o mundo é tão grande e puxa vida! ó eu aqui..
São ares, lugares, olhares.. de tantas pessoas.. que puxa! olha eu aqui.
Minha dor, minha graça.. a cidade pulsa em pavor, por minha causa, tua causa que me inunda até o pescoço e me sufoca com um aperto..
Grito mais..
QUERO PAZ!
Uma paz que não vem que não vai, uma paz de um beijo que não tem, uma paz de um abraço que tá longe de chegar, de um alguém que não está, e não sabe que eu estou e talvez nem aqui esteja, ou esteja bem distante de mim...
E você não entende as palavras que te vendem e para você não importa um bocado de palavras.. e para mim não me resta chorar e dormir.. vomitar uma dor que eu sei ainda está por vir..
Vem em mim... eu te peço, eu te mostro se precisar.. é tão doce e tão calmo é amargo é estrago..
É noite adentro, vento, frio... é o quente de um beijo, o desespero do apego é o tanto faz que me embrulha uma cama uma ducha.. é você que não existe, o animal que me agride.. e se vai..

embora..