sábado, 9 de maio de 2009

não era ele, ou a maneira que ele estava vestido, e sim tudo o que vi.
eram quase onze da noite, pessoas vazias, com vidas vazias atras de outras pessoas que preenchessem o vazio.. mais não há como, porque todos estão procurando alguém que preencha o seu vazio..
ele estava alheio a esse tipo de mundo que estamos acostumados, e ele tem uma namorada, não é ele, ou a namorada, é a historia toda em volta.
ele estava andando, com um casaco meio preto e calça jeans, estava escuro, e a cidade estava toda iluminada, os carros passavam, iluminavam as pessoas, e ele alheio a elas andava em direção há algum lugar, eu não sei, não sei dele, não sei de mim.
não era ele ou o skate que ele tinha nas mãos, não era ele ou o jeito como ele andava, era a minha vontade. a minha vontade de ser como ele, de não precisar das coisas que eu preciso, de não precisar procurar sempre ter alguém pra preencher o vazio que nada preenche.
não era ele, ou o modo como eu queria estar perto dele, vivendo coisas legais de verdade com ele, tendo alguém que gostasse de mim como ele, era que eu não queria estar fazendo o que eu sempre faço, era que eu não quero ficar conhecendo caras toda a noite, que não me conhecem.. não.
não eram os moinhos de ferro, ou a lagoa que mexia, era o jeito que as luzes o iluminavam passando pela porta do carro, e só assim eu pude ver muito rapidamente o que eu queria estar vivendo, eu vi ali, na minha frente, perto e tão longe.. assim são as coisas pra mim.
não era ele em pessoa, era a pessoa que eu queria ter como ele.
não sou eu, não é ele. não são pessoas.
talvez sejam os cigarros que eu não consigo parar de fumar, ou as tristezas que eu não consigo parar de lembrar.
talvez sejam as coisas que eu gostaria de ter e não tenho.. era isso que ele tinha, ele tem, tudo o que parece ser puro de verdade e que ainda não se corrompeu.
não se trata da idade dele, se trata das coisas que ele não precisa ter, ele não precisa ser, como todos nós.

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